Abstrato

Não posso olhar em teus olhos, mas vejo verdade nos mesmos.
Ouço tua voz, ligação ruim;
Tarde da noite, cedo da manhã,
E me conquistas à medida em que o sol vem.
Vozes baixas, respirações intensas,
Sentimentos aflorados e palpitações.
A luz adentra o meu ser
E o calor, meu peito:
Fecho a janela.
O escuro me acalma e encanta,
O sono me dopa, junto de tuas palavras,
E logo é hora de dizer adeus.
A luz se vai, o escuro já não me acalma;
O fim da noite leva a lua e as estrelas,
Me declaro à solidão.
Tento confortar-me com o escuro, imaginando o teu abraço:
Fecho os olhos.
Sinto tua respiração contra a minha pele.
É sonho?
Com um sorriso e tão fértil imaginação, durmo tranqüila -
E em meus olhos, mesmo fechados, a verdade estampada.

(18.06.2010 - especialmente para João Alberto Lameira de Oliveira)

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