Pensei inocentemente, por muitas vezes, que todas as coisas duravam a eternidade que é a vida. Porque, por mais que ela seja finita, ela parece ter uma continuidade eterna. Enfim, não importa. O que importa é que, há pouco tempo atrás, eu me iludia com a idéia da eternidade. Essa eternidade, para mim, incluía todas as pessoas importantes que faziam parte da minha vida. Hoje, me desiludi: descobri o quanto dói você perceber que não é mais parte da vida de uma pessoa. Há tão pouco tempo atrás, você sabia até o último segundo da vida dela, e agora você só sabe nome, sobrenome, telefone e endereço - se é que os mesmos não mudaram com ela. Se os telefones mudam, por que não o fariam as pessoas?
Então, seu coração pula por reencontrar aquela pessoa tão querida, aquela com quem tantos momentos foram compartilhados. Depois, pula novamente, machucado pelas notícias. Por saber das coisas que andam acontecendo. E sangra, pela indiferença com que foi tratado. Sangra até que o tempo resolva curar a ferida - ou não.